segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ternura


Eu te peço perdão por te amar de repente

Embora o meu amorseja uma velha canção nos teus ouvidos

Das horas que passei à sombra dos teus gestos

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentando

Pela graça indizíveldos teus passos eternamente fugindo

Trago a doçurados que aceitam melancolicamente.

E posso te dizerque o grande afeto que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimasnem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavrasdos véus da alma...

É um sossego, uma unção,um transbordamento de carícias

E só te pede que te repouses quieta,muito quieta

E deixes que as mãos cálidas da noiteencontrem sem fatalidadeo olhar estático da aurora.

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